A última reunião de Ansalon, um ajuntamento improvável, floresceu na densa floresta de Qualinost. Humanos, elfos silvanesti, qualinesti e kargonesti, kenders e anões, todos os povos livres ergueram suas bandeiras ao vento e fizeram de suas vozes um só grito, um último brado contra as forças draconianas de Takhisis, a Rainha Dragão. Ali, cercados pela espessa neblina de guerra e coragem, uma resistência final se erguia contra a escuridão iminente. Enquanto as batalhas eclodiam e as hordas draconianas avançavam, quatro heróis se lançaram em uma jornada além do campo de batalha. Foltr Opheras, o mago vermelho de Lunitari; Mika, o guerreiro de aço; Haldrin, o clérigo hierofante de Reorx; e Velein, o ladrão de Shinare, deixaram a resistência nas profundezas de Qualinost para caminhar até Istar, a lendária Cidade dos Deuses, com um objetivo ousado e quase insano: enfrentar Takhisis diretamente, esmagar a essência do mal em sua própria morada divina.
Diante da rainha dragão, as palavras de sedução e poder de Takhisis ressoaram, prometendo que a destruição de Ansalon traria uma pureza nova e absoluta sob seu comando. Mas os corações dos heróis, temperados por aço e magia, eram firmes como rocha. Eles rejeitaram as palavras tentadoras e empunharam armas e feitiços, iniciando uma batalha de fúria e luz contra a própria deusa da escuridão.
No auge do confronto, uma nova figura surgiu na cena: Raistlin Majere, o mestre de Foltr, exibindo uma ambição inesgotável, ansiando pelo poder de Takhisis. Ele se lançou contra os heróis, desejando roubar o domínio sobre o mal para si, criando um turbilhão de caos e magia negra que ameaçava rasgar o tecido da própria realidade. Mas não foram apenas os aliados que sussurraram aos heróis; Fistandantilus, o antigo mago das trevas e velho mestre de Raistlin, alcançou telepaticamente Foltr e revelou a existência da Greystone de Gargath. Segundo ele, a Greystone abrigava a essência divina e caótica capaz de suplantar o poder de Takhisis. Apenas aquele que tomasse a pedra em suas mãos poderia realmente herdar o destino dela.
A batalha que se seguiu foi lendária, um duelo feroz de magia e aço onde o céu de Krynn parecia vibrar e o chão de Istar tremer. Quando finalmente Takhisis caiu, um grito ancestral e poderoso ecoou pelos planos, e a Greystone de Gargath se apresentou, flutuando entre os destroços da deusa caída. Foltr, ainda ofegante, tocou a pedra e sentiu o influxo de poder escuro tomar seu corpo, sua mente, e quase o corroer até a alma. Cego pela maldade e pela sede de caos, ele se voltou contra seus próprios companheiros, ameaçando obliterá-los com sua nova força.
Mas algo mais poderoso que o caos reinou em seu coração: a lealdade, o equilíbrio. Sabendo que, como mago de Lunitari, seu papel era manter a neutralidade, Foltr resistiu ao impulso sombrio e, com um grito de sacrifício e redenção, largou a Greystone. Juntos, os heróis decidiram que o único digno de um poder tão caótico seria Fistandantilus, o mago negro que já havia dançado com as trevas em eras antigas.
Com o corpo mortal de Takhisis destruído para impedir seu renascimento e Fistandantilus instalado como o novo deus do caos, os heróis selaram o destino de Krynn, banindo a Era do Desespero. Dias depois, ao retornar para a Floresta de Qualinost, os povos livres os receberam em uma celebração grandiosa. A magia divina estava restaurada, os deuses retornaram, e o mundo foi envolto por uma nova paz. Krynn despertava para uma nova era, a Era dos Homens, onde os próprios mortais moldariam seus destinos, livres da sombra de Takhisis.
E assim, enquanto o crepúsculo mergulhava o céu de Krynn em um dourado eterno, os heróis se reuniram uma última vez, se despediram uma última vez, saboreando a paz que haviam conquistado. E cada um deles, de seu próprio modo, gravou nos ventos da história o fim de uma lenda que jamais seria esquecida.
Fim.
Paladine observa o fim da Era do Desespero e Volta dos Deuses |
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