A Era do Desespero — Detalhes de um Mundo Partido
A Era do Desespero teve início com um estrondo que ecoou por toda Krynn: o Cataclismo, um castigo divino lançado sobre os homens por sua arrogância e ganância. Quando os reis de Istar desafiaram os próprios deuses, exigindo o domínio sobre o bem e o mal, as divindades responderam com fogo e ruína. Uma montanha flamejante caiu dos céus, devastando a grande nação de Istar e alterando os continentes. Oceanos invadiram terras, cidades foram engolidas pelas águas ou soterradas por terremotos. O mundo, antes belo e harmonioso, foi partido.
Mas o castigo não terminou ali. Após o Cataclismo, os deuses voltaram o rosto de Krynn. Suas vozes silenciaram, seus clérigos perderam os dons, e os altares sagrados tornaram-se pedra fria. Sem orientação divina, os povos de Krynn entraram em colapso.
Foi então que se instaurou a Era do Desespero.
As estações tornaram-se imprevisíveis. As colheitas minguaram. A fome tomou o campo e a cidade. Sem os milagres dos deuses, doenças se alastraram sem cura. Reinos ruíram, exércitos se dispersaram, e os reis se tornaram tiranos ou foram depostos por homens ainda mais cruéis. A esperança, outrora sustentada pela fé, se dissolveu. Os caminhos tornaram-se inseguros: bandidos emboscavam viajantes, salteadores saqueavam vilarejos indefesos, e monstros antigos (até então contidos pelos pactos divinos) emergiram das montanhas, pântanos e florestas, trazendo morte e caos.
A magia, sempre temida, passou a ser vista como heresia ou ameaça. Os magos se isolaram em torres distantes, enquanto o povo comum os evitava com pavor e superstição. O mundo afundava lentamente em trevas. Cada inverno parecia mais longo, cada amanhecer mais vazio. As pessoas sobreviviam dia após dia não por fé, mas por instinto. E foi nesse cenário de ruína e abandono que uma sombra começou a crescer. Uma força antiga, esquecida por muitos, mas nunca verdadeiramente destruída. Takhisis, a Rainha das Trevas, a deusa dos cinco rostos, preparava seu retorno. E desta vez, não haveria deuses para detê-la.
No comments:
Post a Comment